I. O monstro que você criou
Sou o monstro que você criou
Machucado e abatido
Em nome daquilo que você fez
debaixo do sol que arde sobre mim.
Não posso fingir que tudo está bem
Quando tudo à minha volta está desmoronando lentamente.
Porque estou vivendo
De forma enlouquecedora
Que não me permite
Sequer pensar em algo melhor
Ou algum futuro.
E isso me deixa magoado, ferido
Me deixa partido em dois
Porque não consigo acreditar
Que isto está acontecendo comigo.
Então vem à tona uma grande dúvida
Se conheço todo mundo
Por que estou tão sozinho?
Eu fiz minhas escolhas.
Qual é o meu lugar
Onde eu pertenço
Neste mundo sem sentido e cruel?
Onde minhas palavras são sem sentido
E onde eu alimento
Minha própria porção do absurdo.
E me pergunto onde errei
mas a resposta é melhor esquecer
Não consigo ajudar a mim mesmo
Sinto como se estivesse perdendo a alma.
II. Análise
Sempre tentei ser
parte de tudo
Amigo de todos
Tentei me incluir onde não cabia.
Mesmo com dúvidas
Se era mesmo esse o caminho
resolvi tomar esse rumo
Sem saber as consequências.
A análise mais correta,
Da falta de coerência,
Da ausência de pensamentos
Ainda está para ser feita.
Não consigo sair disto sozinho
Preciso de ajuda
E como isso é complicado
Ter que admitir.
Como encarar outro dia
Se o espelho me mostra
Meu maior medo
E isso não consigo suportar.
Mais uma vez estou diante
De minha própria turbulência
E, desta vez, tenho que agir
Não ficar me consumindo em lágrimas.
A atitude que agora desejo tomar
Mudará o rumo
Da minha vida, incontinenti
Este é o princípio da restauração.
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