Qualquer informação é bem-vinda
Instabilidade avança rapidamente
Calor intenso, sofrimento constante
A morte chega de modo suave
Mostrando sua lâmina fria
A rede se forma, já é madrugada
O sono não chega
E as contas não param.
Indo embora para bem longe
Da civilização, ou pelo menos
Daquilo que é chamado assim
É normal ficar estupefato
Diante de desgraças e desilusões
Que parecem não ter fim
Mas a terra das luzes não cede
Embora esteja devastada, ainda existe.
Pode-se nunca entender
Mas a vida é assim
É necessário deixar o passado
para trás, pois as notícias
Renovam-se a cada dia
Contam suas histórias
De lutas, alegrias, surpresas,
Mágoas, tristezas, tragédias.
É hora de limpar as cinzas
Que restaram do dia anterior
Pois o novo precisa tomar lugar
E novos sentimentos precisam surgir
Sem serem sufocados
Pela inconsequência do tempo
Que urge em cada porta
E não concede espaço.
Então, diga, em suas notícias
Que medo é esse que te assola?
As palavras que precisam ser ditas
Você retém em sua caixa em forma de coração
É preciso dar nome às coisas
Que todas já sabem acontecidas
Porque as notícias não ficam ocultas
Nem sequer deixam de existir.
